A Polícia Federal escancarou, na quarta-feira (3), os bastidores de uma poderosa rede de tráfico internacional de mulheres que agia no Brasil e na Europa.

Um dos alvos da operação, em Cuiabá, vivia em um condomínio de luxo e é acusado de emitir passagens aéreas e preparar documentos para que vítimas fossem levadas à exploração sexual no exterior.

A ação faz parte da Operação Cassandra, que mobilizou 120 policiais federais e 7 servidores da Receita Federal em seis estados brasileiros, com 30 mandados de busca e 5 prisões preventivas. A ofensiva foi simultânea à Operation Rhyolite, deflagrada na Irlanda, onde houve prisões e buscas em imóveis ligados ao grupo.

Segundo a investigação, a quadrilha atua desde 2017 e já teria explorado ao menos 70 mulheres, submetidas a rígido controle fora do país. Além da exploração sexual, o esquema movimentava milhões por meio de lavagem de dinheiro, fraudes financeiras e falsificação de documentos.

O alvo em Cuiabá, que ostentava vida de alto padrão, seria peça-chave na logística criminosa, garantindo que as vítimas cruzassem fronteiras com passagens emitidas e documentação regularizada.

O caso segue sob apuração, e a PF já classificou a rede como uma das maiores estruturas de tráfico humano identificadas nos últimos anos.