Política

CPI do BNDES aprova relatório final que pede 52 indiciamentos; Lula e Dilma ficam fora

22/10/2019

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante governos petistas aprovou nesta terça-feira (22) o parecer do relator, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ).

A decisão foi tomada no último dia do prazo autorizado para o funcionamento da CPI e depois de horas de obstrução feita por partidos de oposição, como PT e PSOL.

No total, o relatório da CPI do BNDES sugere o indiciamento de 52 pessoas (leia mais abaixo a lista completa). O documento será enviado ao Ministério Público, que decide se indicia ou não.

O documento, apresentado por Côrtes no início de outubro, aponta indícios de crimes como corrupção passiva e formação de quadrilha envolvendo operações do BNDES, realizadas entre 2003 e 2015, para financiamento de obras no exterior e a internacionalização de empresas brasileiras, como as do grupo JBS.

O relatório sugere ainda a adoção de medidas como a rescisão do acordo de delação premiada de Joesley Batista, Wesley Batista e Ricardo Saud, todos da JBS; e a adoção de ações para a reparação dos prejuízos causados pelas operações financeiras investigadas. O grupo J&F, ao qual pertence a JBS divulgou a seguinte nota: "A J&F e seus acionistas colaboram com a Justiça".

Inicialmente, Côrtes propôs o indiciamento de mais de 60 pessoas, entre elas os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, por envolvimento nas irregularidades.

Com dificuldades para aprovação do relatório, Côrtes retirou os nomes de Lula e Dilma, e de outras 9 pessoas, da lista de indiciamento (leia mais abaixo os nomes retirados). Foi uma tentativa de acordo com a oposição.

Apesar da retirada de Lula e Dilma, o relatório manteve a sugestão de indiciamento de outros nomes ligados ao PT, entre eles os dos ex-ministros Guido Mantega, Celso Amorim, Fernando Pimentel, Pepe Vargas e Miriam Belchior.