Política
Após reunião com MST, Lula avalia ajustes em pacote da reforma agrária
O anúncio das medidas, que era programado para segunda-feira (8), deve ser adiado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve fazer ajustes no pacote sobre reforma agrária que o governo prepara. O anúncio do programa era previsto para segunda-feira (8), mas deve ser adiado.
A decisão foi tomada após o encontro, promovido neste sábado (6), com movimentos sociais, incluindo representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Segundo relatos feitos à CNN, os movimentos sociais apresentaram sugestões ao petista, que submeterá a iniciativa para a área técnica do governo federal na próxima segunda-feira (8).
A ideia é que o pacote preveja a compra de propriedades improdutivas pelo governo federal para serem ocupadas.
Além disso, prevê a oferta de linhas de crédito voltadas à compra de sementes e maquinários, para que os movimentos sociais se tornem propriedades produtivas.
O governo federal avalia ainda se os recursos para a aquisição de áreas improdutivas serão provenientes do orçamento deste ano ou do Tesouro Nacional.
O pacote deve trazer ainda metas de reforma agrária de médio e longo prazos, bem como expectativa de demarcação de terras para comunidades quilombolas.
O plano será anunciado após uma série de invasões de terras no ano passado, que fomentou até mesmo a criação da CPI do MST. O objetivo é também tentar evitar uma nova crise com o segmento do agronegócio.
A ideia é tornar público no evento o resultado de um censo feito pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário sobre terras improdutivas que podem ser utilizadas para assentamentos de movimentos sociais.
O programa de reforma agrária foi apelidado de “estante de terras”. Lula quer evitar que, neste mês, propriedades privadas sejam invadidas como parte do “Abril Vermelho”.
Esse período do ano costuma ser marcado por invasões a propriedades privadas como forma de protesto para chamar a atenção para a necessidade de uma reforma agrária no país.