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Após aumentar próprio salário, Milei revoga decreto e culpa Kirchner

Líder argentino alega que reajuste salarial foi adotado de forma automática por causa de medida aprovada na administração Kirchner, em 2010; ex-presidente nega

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 10/03/2024
Após aumentar próprio salário, Milei revoga decreto e culpa Kirchner
A medida foi publicada pelo escritório da presidência da Argentina e compartilhada pelo ultralibertário no X, antigo Twitter | REUTERS/Matias Baglietto

O presidente argentino, Javier Milei, anunciou neste sábado (9) a revogação de um decreto que aumentava o salário dele e de funcionários do alto escalão do governo. A medida foi publicada pelo escritório da presidência da Argentina e compartilhada pelo ultralibertário no X, antigo Twitter.

O comunicado diz que se encontram anulados os aumentos de salário para o chefe de Estado, vice-presidente, ministros e secretários da Administração Pública Nacional. Além disso, a nota faz referência à revogação do decreto, que previa os aumentos, supostamente aprovados durante o governo de Cristina Kirchner. Segundo a presidência, “a situação herdada (do governo anterior) é crítica e os argentinos estão fazendo um sacrifício heroico”. “Está na hora de os políticos pagarem o custo do desfalque que ocasionaram”, continua o comunicado.

Os reajustes nos salários haviam sido adotados no mês passado, o que provocou críticas de diversas partes da sociedade argentina. Segundo Milei, o aumento havia sido adotado de forma automática por causa de um decreto da administração de Cristina Kirchner de 2010. Os dois trocaram farpas no X, antigo Twitter, e Kirchner negou que o decreto assinado por ela há 14 anos esteja ligado ao aumento do salário do presidente. Ela aproveitou o momento para criticar Milei por “destruir salários e pensões dos argentinos”.

Desde que assumiu a presidência no final do ano passado, Javier Milei vem cortando gastos da máquina do governo, removendo ministérios e apertando a política monetária para conter a desvalorização peso frente ao dólar, em meio à inflação alta e o déficit público.