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Israel faz uma das ofensivas aéreas mais intensas desde ataques dos EUA no Afeganistão

Nos dias 24 e 25 de setembro, Israel realizou 3 mil ataques contra o Líbano; EUA realizaram menos ataques na maioria dos anos do conflito no Afeganistão

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 04/10/2024
Israel faz uma das ofensivas aéreas mais intensas desde ataques dos EUA no Afeganistão
Fumaça vista no sul do Líbano em meio a conflitos entre o Hezbollah e forças de Israel | Reuters

Israel realiza uma grande campanha de ataques aéreos contra o Líbano, que deixou mais de 1.400 pessoas mortas, feriu quase 7.500 outras e deslocou mais de um milhão, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.

O bombardeio, que Israel diz estar mirando redutos do Hezbollah no país, marca a “campanha aérea mais intensa” do mundo fora da Faixa de Gaza nas últimas duas décadas, de acordo com o grupo de monitoramento de conflitos Airwars.

Ao longo de dois dias, em 24 e 25 de setembro, militares israelenses afirmaram ter utilizado 2 mil munições e realizado 3 mil ataques.

Em comparação, durante a maioria dos anos da guerra dos EUA no Afeganistão, as forças americanas realizaram menos de 3 mil ataques por ano, com exceção do primeiro ano da invasão, quando foram realizados cerca de 6.500 ataques, conforme dados da Airwars analisados ​​pela CNN.

Os bombardeios de Israel, que diz ter como alvo os redutos do Hezbollah no país, marcam a “campanha aérea mais intensa” do mundo fora da Faixa de Gaza nas últimas duas décadas, destacou a Airwars.

A maior parte dos disparos trocados entre Israel e o Hezbollah desde o início da guerra veio de ataques israelenses, drones, bombardeios e mísseis em território libanês, mostram dados da ACLED (Armed Conflict Location and Event Data), uma organização que coleta dados sobre conflitos violentos.

Israel lançou quase 9 mil ataques contra o Líbano desde 8 de outubro, e o Hezbollah lançou 1.500 ataques no mesmo período, segundo dados do ACLED.

Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio

ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.

São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.

Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.

O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.

As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.

No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.

Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.

Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.

Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.

Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.