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Depois de Aleppo ser tomada por rebeldes, presidente sírio promete usar a força para eliminar 'terrorismo'
A cidade é a segunda maior do país. A operação marca a primeira vez que os opositores de Bashar al-Assad chegam a Aleppo desde que foram expulsos pelo exército em 2016
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, prometeu neste domingo (1º) que recorrerá à força para eliminar "o terrorismo", informou um meio de comunicação oficial obtido pela agência de notícias France Press (AFP), após uma ofensiva relâmpago de grupos rebeldes liderados por islamistas.
"O terrorismo só entende a linguagem da força, e é com esta linguagem que vamos acabar com ele e eliminá-lo, quaisquer que sejam seus apoiadores e promotores", disse Assad, citado pela agência de notícias oficial Sana, em declarações durante uma chamada telefônica com uma autoridade da Abkhazia, uma região separatista pró-russa da Geórgia.
As forças rebeldes na Síria assumiram o controle da “maioria” do território de Aleppo no sábado (30), de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR).
A ocupação da segunda maior cidade do país marca a primeira vez que os rebeldes que combatem as forças do presidente Bashar al-Assad chegam a Aleppo desde que foram expulsos pelo exército em 2016, segundo a BBC.
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Em um comunicado, as forças militares do presidente afirmaram que as suas tropas se retiraram temporariamente de Aleppo "para preparar uma contra-ofensiva".
Unidades do exército sírio reforçaram suas linhas defensivas durante a noite com armas, pessoal e equipamento adicionais, combatendo ataques de organizações terroristas, de acordo com uma fonte militar da agência de notícias Reuters.
A batalha de 2016 por Aleppo foi um ponto de virada no conflito entre as forças do governo sírio e os combatentes rebeldes, depois que os protestos de 2011 contra o governo de Assad se transformaram em uma guerra, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).
A batalha de Aleppo garantiu o controle de Assad em áreas estratégicas da Síria, com facções da oposição e seus apoiadores estrangeiros controlando áreas na periferia.