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Tarifaço de Trump: EUA começam estudo para taxar produtos farmacêuticos e semicondutores
No domingo, Trump negou que estaria retirando os eletrônicos das tarifas impostas para produtos importados. A isenção havia trazido alívio ao mercado financeiro nesta segunda-feira

O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, iniciou as "investigações de segurança nacional" sobre importações de produtos farmacêuticos e semicondutores, de acordo com avisos publicados no Registro Federal nesta segunda-feira (14).
A medida confirma o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no domingo (13), que afirmava que a cadeia de eletrônicos não estava sendo liberada do tarifaço, e que o governo estava analisando sua mudança apenas para uma nova categoria de tarifas.
Na sexta-feira, o governo americano havia isentado smartphones, laptops e outros eletrônicos das tarifas recíprocas. Com a decisão, esses produtos ficariam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países.
A autoridade dos EUA listou 20 categorias de produtos, que além dos celulares e computadores, incluem semicondutores, chips de memória e monitores de tela plana. São itens que não costumam ser fabricados nos EUA e a instalação de uma produção no país exigiria anos de estruturação.
As isenções anunciadas são um benefício direto a empresas de tecnologia dos EUA, como Nvidia e Dell, assim como própria a Apple, que fabrica iPhones e outros produtos de ponta na China.
Trump, contudo, negou que estaria retirando os produtos das tarifas impostas para produtos importados: "Não houve 'exceção' tarifária anunciada na sexta-feira. Esses produtos [chineses] estão sujeitos às tarifas de 20% sobre o fentanil existentes e estão apenas mudando para um 'balde' tarifário diferente", disse.
"Estamos analisando semicondutores e toda a cadeia de suprimentos de eletrônicos nas próximas investigações de tarifas de segurança nacional", afirmou o presidente dos EUA.
Também no domingo, Lutnick havia afirmado que a isenção das tarifas sobre componentes eletrônicos seria temporária. Segundo ele, os EUA precisam fazer os próprios eletrônicos, veículos e remédios, como forma de proteger a segurança nacional.
"Nós fizemos isso para automóveis, vamos fazer para farmacêuticos e para semicondutores. (...) Eles estarão isentos das tarifas recíprocas, mas estarão inclusos nas tarifas de semicondutores, que estão por vir daqui a provavelmente um ou dois meses", disse.
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O último capítulo da saga do tarifaço trouxe alívio para os investidores, quando o governo americano isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das tarifas recíprocas aplicadas sobre mais de 180 países.
Essa decisão exclui produtos estratégicos e que não são produzidos em larga escala nos EUA da tarifa de 145% que Trump aplicou sobre os produtos chineses.
Ainda que Trump tenha avisado que os eletrônicos não estavam sendo liberados do tarifaço, os mercados entenderam que a iniciativa poderia sinalizar uma maior disposição dos EUA para negociar, sobretudo com a China.
No primeiro pregão após a decisão dos EUA, as bolsas asiáticas e europeias fecharam em alta. Em Wall Street, os três principais índices também subiram.