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China convoca Conselho de Segurança da ONU e acusa os EUA de “intimidação”

País asiático critica imposição de novas tarifas pelo governo americano, que afirma ter criado uma "sombra sobre os esforços globais para a paz e o desenvolvimento"

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 16/04/2025
China convoca Conselho de Segurança da ONU e acusa os EUA de “intimidação”
A medida ocorre no momento em que Pequim adota uma postura “linha-dura” em uma escalada da guerra comercial com Washington, desencadeada pelas altas tarifas impostas pelo presidente dos EUA | O Globo

A China convocará, na próxima quarta-feira (23), uma reunião informal do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para acusar os Estados Unidos de intimidação e de “lançar uma sombra sobre os esforços globais para a paz e o desenvolvimento”.

A medida ocorre no momento em que Pequim adota uma postura “linha-dura” em uma escalada da guerra comercial com Washington, desencadeada pelas altas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre itens importados da China.

“Todos os países, especialmente as nações em desenvolvimento, são vítimas do unilateralismo e das práticas de intimidação”, diz a nota conceitual da reunião informal da ONU sobre “o impacto do unilateralismo e das práticas de intimidação nas relações internacionais”.

A nota, que convida todos os 193 Estados-membros da ONU a participarem da reunião, critica especificamente os Estados Unidos por imporem as tarifas.

“Ao utilizar as tarifas como uma ferramenta de pressão extrema, os EUA têm violado gravemente as regras do comércio internacional e provocado choques e turbulências graves na economia mundial e no sistema de comércio multilateral, lançando uma sombra sobre os esforços globais para a paz e o desenvolvimento”, diz o documento.

A missão dos EUA na ONU encaminhou um pedido de comentário sobre a reunião planejada pela China ao Departamento de Estado, que não respondeu imediatamente.

A agência de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas disse nesta quarta-feira que o crescimento econômico global poderia desacelerar para 2,3%, já que as tensões comerciais e a incerteza impulsionam uma tendência de recessão.

As novas tarifas do Governo Trump começaram a ser aplicadas no dia 2 de abril, onde o presidente americano se referiu como o dia da “liberação americana”. Segundo ele, “as novas tarifas vão gerar muito dinheiro e muitos empregos para os EUA”.