Polícia

Procurador da Assembleia é denunciado por executar morador de rua com tiro no rosto em Cuiabá

Crime brutal aconteceu perto da UFMT; Ministério Público acusa Luiz Eduardo de “caçada” por vingança

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM MP-MT 30/04/2025
Procurador da Assembleia é denunciado por executar morador de rua com tiro no rosto em Cuiabá
Um crime chocante, frio e calculado! O procurador da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva, de 45 anos, foi denunciado por homicídio qualificado | Arquivo Página 12

Um crime chocante, frio e calculado! O procurador da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva, de 45 anos, foi denunciado por homicídio qualificado após ser acusado de executar com um tiro no rosto o morador em situação de rua Ney Müller Alves Pereira, de 42 anos, no último dia 9 de abril, em Cuiabá.

O assassinato, cometido com requintes de frieza, aconteceu ao lado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por volta das 21h. Câmeras de segurança gravaram tudo: o procurador, dirigindo sua Land Rover de luxo, se aproxima da vítima, chama sua atenção e atira sem piedade! Ney cai na hora, sem qualquer chance de reação. O carro então foge em alta velocidade, como se nada tivesse acontecido.

Segundo o Ministério Público, Luiz Eduardo transformou uma simples avaria em seu carro em motivo para matar. Testemunhas informaram que uma pessoa em situação de rua havia danificado o veículo. O procurador, então, jantou tranquilamente com a família, levou os filhos para casa e voltou armado para caçar o “culpado”.

Encontrou Ney – um homem vulnerável, doente, abandonado pela sociedade – e atirou à queima-roupa, no rosto, sem que ele tivesse tempo sequer de entender o que estava acontecendo.

“A vítima foi morta como um objeto descartável, como se não tivesse nenhum valor humano”, declarou o promotor de Justiça Samuel Frungilo, autor da denúncia. A Promotoria pede que Luiz Eduardo responda por homicídio qualificado, por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima.

Ney Müller não era uma ameaça. Segundo a denúncia, vivia em situação de rua, sofria de transtornos mentais e já havia sido internado diversas vezes pela família. Era uma vida marcada pela dor e invisibilidade. O que restava a Ney foi tirado com um disparo covarde – seu direito à vida.

O procurador se entregou no dia seguinte ao crime e está preso. Seu salário na Assembleia passava dos R$ 44 mil. Após a repercussão do caso, foi afastado do cargo. No depoimento à polícia, ele disse não saber o que se passou em sua cabeça no momento do disparo.

A defesa tenta amenizar a situação, dizendo que não foi execução. Mas o vídeo é claro, e o Ministério Público não tem dúvidas: foi homicídio com frieza e premeditação.

O promotor também pediu que a Justiça determine indenização à família da vítima, pelos danos materiais e morais. Ney pode ter morrido sem casa, sem comida e sem amparo, mas agora, com a repercussão nacional do crime, a sociedade clama por justiça.