Polícia
Foragida, mulher de PM que matou personal se entrega em Cuiabá
Após dias foragida, farmacêutica Aline Kounz se apresentou ao DHPP; Rozeli foi executada a tiros em disputa judicial com o casal

A farmacêutica Aline Valandro Kounz, esposa do policial militar Raylton Duarte Mourão, se apresentou na manhã desta terça-feira (23) à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá.
Ela estava foragida desde o assassinato da personal trainer Rozeli da Costa Sousa Nunes, ocorrido em 11 de setembro, em Várzea Grande.
A entrega foi confirmada pelo delegado Bruno Abreu, durante coletiva de imprensa.
“Ela se entregou e ainda será ouvida nesta manhã. Posteriormente passará por audiência de custódia, onde o magistrado decidirá sobre a manutenção da prisão”, afirmou.
Rozeli, de 33 anos, foi morta com cerca de seis tiros no rosto enquanto saía de casa para o trabalho, no bairro Canelas. Imagens de câmeras de segurança mostraram que Raylton deixou sua residência de moto durante a madrugada e retornou a pé logo após o crime.
Segundo a investigação, o PM conduzia a motocicleta e efetuou os disparos contra a vítima, que teve morte imediata.
A motivação do crime estaria ligada a um processo judicial movido por Rozeli contra o casal. Ela pedia R$ 24.654,63 em indenização por danos materiais e morais, após um acidente de trânsito ocorrido em março deste ano, na Avenida Filinto Muller, em Várzea Grande. Um dos veículos envolvidos era um caminhão-pipa pertencente à empresa registrada em nome de Raylton.
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Em 14 de setembro, a Justiça decretou a prisão temporária de ambos por 30 dias. Raylton se entregou no domingo (21), confessou o crime e teve a prisão mantida pela Justiça. Nesta terça (23), foi a vez da esposa se apresentar.
Durante o interrogatório, o militar negou a participação de Aline no assassinato, mas a versão ainda é investigada.
Raylton também é suspeito de ter disparado contra o portão de uma empresa em Várzea Grande, em 11 de agosto. O caso segue em apuração paralela.
Rozeli deixou dois filhos, de 6 e 12 anos, e o marido, que é caminhoneiro. Ele estava em viagem de trabalho em Sorriso (420 km de Cuiabá) no momento do crime.
A execução brutal abalou a comunidade local e trouxe à tona discussões sobre violência, abuso de poder e segurança pública.