Política

“O que nós fizemos de errado”?, questiona ministro do STF Gilmar Mendes em visita a Cuiabá

08/11/2019
Não houve chororó com a saída do ex-presidente Luís Ignácio Lula da Silva, do PT, da carceragem da Polícia Federal, ocorrido na sexta feira, 08, depois que o Supremo Tribunal Federal(STF) decidiu por 6 a 5 o fim das prisões em segunda instância. Pelo menos quem não chorou não ficou com mágoas.   Esse paradoxo, na opinião do ministro do STF, o mato-grossense Gilmar Mendes não vai existir mais. Em visita a Cuiabá nesta sexta feira, 08, Mendes afirmou em coletiva á imprensa que a saída de Lula da carceragem da PF não deve causar tumultos no país. Segundo ele o Brasil mostrou ser uma democracia madura, apesar – afirma - de muitos pensarem ao contrário. “Um colega ministro chegou a falar que haveria tumulto com a prisão de Lula e isso não ocorreu.   Também chegou a se falar que haveria tumulto sobre a saída de Lula da prisão, após a decisão do Supremo Tribunal Federal. Isso também não ocorreu. A decisão so STF transcorreu na normalidade e a justiça se cumpre”, afirmou o ministro. Ele disse também que o caso do Lula foi constrangedor para a justiça e que após sua saída a vida seguirá normalmente.   Ele revelou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ficasse com medo ao decidir sobre o caso Lula ao ser pressionado pela imprensa. “A mídia opressiva fez com que o tribunal tivesse medo de julgar e ficasse amedrontado (o caso Lula). O recurso dele chegou ao STJ em 2018.  E este mesmo ano ele foi decidido.   Levou um ano para ser julgado e reduziram a pena dele. Já poderiam ter mandado ele para casa”, afirmou sobre a demora na liberação do ex-presidente. E a imprensa? Para o ministro Gilmar Mendes – durante a coletiva - os meios de comunicação, se limitaram a descobrir quem tem razão, “a imprensa demonizou determinadas pessoas e estimulou certo tipo de prática”, culpou o ministro.   Para ele, é  o momento de se fazer uma autocritica. “Onde nós erramos? O que nós fizemos de errado”?, questionou. O ministro garantiu que a justiça não é sinônimo de vingança. E o judiciário está funcionando. “Todos nós por alguma forma por omissão ou por ação deixemos isso acontecer, de alguma forma. Eu tenho dito sempre que deploro a situação que chegou o pais com radicalismo e polarização e isso foi obra da imprensa”, enfatizou o ministro que garantiu ter libertado 22 mil pessoas quando foi presidente do Conselho Nacional de Justiça(CNJ).