Como apresentador de uma emissora de televisão local, o vereador de Cuiabá Toninho de Souza (PSD) poderia convocar o espírito imortal do apresentador de TV Chacrinha, o velho guerreiro, conhecido principalmente, pela sua competência, pela sua imaginação e bordões, como ele dizia: “Eu não vim para explicar, eu vim para confundir”.
Com essa máxima talvez ele pudesse ter uma sólida eloquência para tentar explicar a sua performance no processo de cassação do vereador Abílio Júnior(PSC) e na CPI do Paletó, que investiga a dinheirama recebida pelo prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro,MDB, em seu paletó.
Ele nunca deve esquecer que ocupando um dos cargos mais importantes da cidade, de vereador, ele é levado a sério sim pela população. E suas palavras têm peso e consequências. Diferentemente do que ele emprega todos os dias em horário nobre, onde ele diz: “Alô você do meu mato Grosso”. E vocifera contra a corrupção, violência e roubalheira como a água que corre para o mar. Será que ele não está divorciado do que é certo e do que é errado? Ou vale aquela máxima: faço o que falo, mas, não faz que o faço?
Neste caso vereador, coerência férrea, costuma ser um atributo da ignorância.
Está certo que um detentor de um dos cargos tão importante de Cuiabá precisa de certo jogo de cintura e algum contorcionismo para moldar-se às circunstâncias.
Mas você vereador, andou exagerando nas afirmações contraditórias. O dado inquietante é que, agora, suas idas e vindas retóricas são a respeito de aspectos fundamentais de cassar um colega de parlamento, simplesmente porque ele faz oposição ao prefeito da qual sua excelência é da base.
É certo que a sua inversão de valores e a sua inaptidão são propriedades que nada têm a ver com sua política de bons resultados. O abismo entre a retórica e a prática vereador na gestão pública de um modo geral é constante.
Mas, na verdade, de tão estranhas ou mal contadas, existem histórias que, aparentemente, só o será senhor capaz de produzir - e que, de tão singulares, o senhor poderá se complicar muito na hora de explicar para seus eleitores e para a futura geração cuiabana. Será como o bater de asas de uma borboleta.