Política
Existe uma expressão popular conhecida como ‘lagrimas de crocodilo, que surgiu a partir da observação feita pelo homem, do comportamento do crocodilo na natureza.
Ao se prepararem para a captura de uma presa, os crocodilos atacam e mordem-na com tanta força que a comem sem mastigar, engolindo-a inteira.
Esse eco escancara o estilo populista do conselheiro afastado por corrupção do Tribunal de Contas do Estado(TCE-MT), Antônio Joaquim de Moraes Rodrigues Neto, que – em coletiva com a imprensa cuiabana – na segunda feira, 09, fez um enorme chororó e um caradurismo para tentar ‘maquiar’ uma imagem para a sociedade que não é real.
Com o cinismo que seus exs-seguidores enxergavam como ‘visão pragmática’ é hoje de resto um populismo barato e uma vigarice chinfrim: para ele, o importante é levar a população “na conversa”.
Embora permissivo quando se trata de si próprio, da família e dos amigos mais leais, Antônio Joaquim se comporta com uma arrogância e uma presunção que o levam a colocar-se sempre acima do bem e do mal. Subiu na vida pública transformando os adversários em inimigos a serem destruídos.
E agora demonstra uma consternação hipócrita, como o fez na coletiva à imprensa. “sei que sou vítima de uma trama sórdida e covarde, uma grande farsa, executada por dois bandidos, ex-procuradores do MPF, Rodrigo Janot e Pedro Taques, …”, lamentava, com lágrimas de crocodilo, estar colhendo o amargo fruto que plantou.
Todos sabem que os sites Página 12 e o Mato Grosso há muito tempo vem criticando o conselheiro Antônio Joaquim em seu poder imperial e suas manipulações. Sua atuação não teve nenhuma relação ética e de princípios. Pois com o temor de perder o negócio milionário que era julgar contas públicas, como as contas do ex-governador Silval Barbosa, ele se desdobrou e tentou inviabilizar toda a forma de continuidade das obras da Copa do Mundo de 2014 e do VLT.
Por isso o conselheiro Antônio Joaquim não têm mais condições morais de fazer qualquer pré-julgamento de qualquer agente público e/ou político. Ou ficaremos no paradoxo da história, como já dizia Ruy Barbosa: “O bom ladrão salvou-se, mas, não há salvação para o juiz covarde”.
Portanto, as respostas a tantos desmantelos, tantas suspeitas e dúvidas sobre a sua honestidade, não deve ser substituídas por atos de desequilíbrio ou descompostura ao ficar em prantos em coletiva com a imprensa. A sociedade que ainda lhe paga pelo seu vultuoso salário, diga-se de passagem – infrutífero – exige satisfações e a devida prestação de contas, principalmente no aumento injustificável de seu patrimônio.
Você chorou conselheiro ao desviar verbas públicas e que deveria ser destinado para a saúde? Você chorou conselheiro ao ‘surrupiar’ os R$ 53 milhões em propina paga pelo ex-governador Silval Barbosa, dinheiro este que deveria ser da merenda escolar das crianças?
E o dinheiro de milhões do TCE desviado, e que deveria ser utilizado na segurança pública em Mato Grosso? O senhor se arrependeu por isso, conselheiro? Ou quando o senhor armou junto com seu advogado Zé Rosa uma prisão ilegal dos jornalistas Pedro Ribeiro e Laerte Lannes, conselheiro? Certamente que não.
Reservamos o direito de cobrar, porque a resposta a tudo isso, mesmo que o senhor insiste em escamotear, em driblar, em esconder, ou usar o látego como rebate, é uma obrigação sua, nem tanto como cidadão, mas como ex-homem público.
Na realidade o senhor parece se nutrir do desdém, do deboche ou da indiferença ao fazer uma encenação de chororó com lágrimas de crocodilo. A nós, senhor Antônio Joaquim, não cabe julgar, mas, apontar, reportar ao povo os acontecimentos protagonizados pelo senhor e que infelizmente ficarão na contramão da história de Mato Grosso.
https://youtu.be/zlquIcr6uHY?t=2