Política

Imprensa internacional repercute oitivas de réus do plano de golpe no STF

Depoimento das oito pessoas que compõem o primeiro núcleo da ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil terminaram nessa terça-feira

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 11/06/2025
Imprensa internacional repercute oitivas de réus do plano de golpe no STF
Os interrogatórios no Supremo Tribunal Federal (STF) do chamado "núcleo crucial" da ação penal que apura um suposto plano de golpe de Estado nas eleições de 2022 repercutiram na imprensa internacional | CNN

Os interrogatórios no Supremo Tribunal Federal (STF) do chamado "núcleo crucial" da ação penal que apura um suposto plano de golpe de Estado nas eleições de 2022 repercutiram na imprensa internacional.

NPR, rádio pública estadunidense, classificou o episódio como “histórico”.

“Isso marca a primeira vez na história brasileira em que um ex-chefe de Estado é julgado por tentativa de derrubada de governo”, escreveu a rádio.

Já o jornal The Washington Post publicou um texto da agência de notícias AP que cita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou sofrer perseguição política, mas avalia que ele manteve um “tom leve” em seu depoimento.

Ao explicar os próximos passos do que poderá acontecer com os oito réus, o jornal cita que Bolsonaro teria “batalhas públicas” com todos os ministros do Supremo que estão cotados para tomar a decisão final do julgamento.

O britânico The Guardian destacou o momento em que Bolsonaro admitiu ter discutido “possibilidades” para contestar as eleições de 2022, mas negou um plano de golpe.

O veículo ainda avaliou que o ex-chefe do Executivo transformou a audiência em uma “plataforma política”.

“Com a voz rouca, o líder de extrema direita aproveitou a transmissão ao vivo de seu interrogatório para transformar grande parte da audiência em uma plataforma política, defendendo seu governo de 2019 a 2023 e criticando repetidamente o terceiro mandato de Lula.”

Na Espanha, o jornal El País afirmou que Bolsonaro “transformou o julgamento em um comício” e referiu ao ex-presidente como “um militar de 70 anos nostálgico da ditadura”.

Já o argentino La Nación repercutiu a afirmação do ex-presidente sobre ter atuado dentro da Constituição e completou: “sem especificar que tipo de ações estavam em ação”.

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