Política
“UFMT é reduto da esquerda”: Abílio pede desculpas por chamar universidade de “bosta”, mas dobra ataques em vídeo bombástico
Prefeito de Cuiabá recua no palavrão, mas mantém discurso contra a UFMT, acusa instituição de militância política e cita “endeusamento” de Marighella

A polêmica do fim de semana tem nome: Abílio Brunini (PL). O prefeito de Cuiabá gravou um vídeo de retratação no domingo,24, depois de viralizar ao chamar a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) de “bosta”.
No entanto, em vez de encerrar a crise, o gestor incendiou ainda mais o debate: reconheceu que exagerou no tom, mas reafirmou que a universidade virou “palco de militância esquerdista” e “endeusa guerrilheiros” como Carlos Marighella, símbolo da luta armada nos anos 1960.
“Não deveria ter falado daquela forma, foi um erro. Mas não retiro minhas críticas: a UFMT não pode ser usada para ideologias. O que vemos é militância, e isso precisa ser denunciado”, disparou o prefeito.
A fala gerou reação imediata: professores, estudantes e ex-alunos se mobilizaram nas redes, acusando Abílio de atacar a maior instituição de ensino do estado. Críticos afirmam que o prefeito tenta capitalizar politicamente em cima da universidade, enquanto aliados defendem que ele “falou a verdade que muitos não têm coragem de dizer”.
Abílio, no entanto, fez questão de lembrar seu histórico de repasses. “Quando fui deputado federal, fui quem mais mandou emendas para a UFMT. Reconheço a importância da instituição, mas isso não me impede de criticar os erros”, declarou.
A crise, porém, está longe de terminar. Ao mesmo tempo em que pediu desculpas pelo termo usado, Abílio reforçou que a UFMT se transformou em vitrine ideológica da esquerda, promovendo e endeusando nomes ligados à luta armada e à militância partidária. Para o prefeito, a universidade precisa “voltar a ser espaço de ensino e pesquisa, e não de culto a líderes esquerdistas”.