Cultura
Adeus a Celso Machado, o ‘Garimpeiro da Notícia’; documentário A Vez e a Voz do Oeste eterniza a era de ouro do rádio em MT
O velório ocorre na Funerária Santo Antônio, em Várzea Grande, e o sepultamento será neste domingo (17), às 16h30, no cemitério São Francisco de Assis

Mato Grosso se despede de uma de suas vozes mais marcantes. Morreu neste sábado,16, o radialista Celso Tadeu Machado Pessoa dos Santos, o eterno “Garimpeiro da Notícia”, aos 68 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos, após lutar contra um câncer de bexiga. Ele estava internado no Hospital Municipal de Cuiabá.
O velório ocorre na Funerária Santo Antônio, em Várzea Grande, e o sepultamento será neste domingo (17), às 16h30, no cemitério São Francisco de Assis. Celso deixa esposa, um filho e uma neta.
Nascido em 1957, Celso ingressou no rádio ainda adolescente, aos 17 anos, em 1974. Começou como repórter da tradicional equipe 1.300 da Rádio Cultura AM, o chamado “escrete do rádio mato-grossense”, e logo passou a integrar o Jornal Falado Cultura, ao lado de nomes lendários como Roberto França e Fauser Santos.
O apelido “Garimpeiro da Notícia” surgiu pelo seu faro apurado, pela capacidade de encontrar informações exclusivas nos bastidores e pela proximidade com o povo. Também atuou na Rádio Difusora, deixando sua marca na cobertura esportiva e no jornalismo popular.
A era de ouro do rádio cuiabano
A carreira de Celso se confunde com a chamada época de ouro do rádio em Mato Grosso, quando transmissões esportivas, radionovelas, jornalismo e música formavam um elo direto entre a cidade e seus ouvintes.
Esse universo é retratado no documentário em três partes, dirigido pelo jornalista Pedro Ribeiro:
Intitulado “A Vez e a Voz do Oeste – A História do Rádio em MT”, o filme preserva a memória de radialistas pioneiros e mostra como o rádio foi fundamental para dar identidade cultural e voz a Cuiabá.
“Essa voz maior… dando voz para as pessoas falarem… deu um caráter de nacionalidade e de identidade local”, lembra Pedro Ribeiro em um dos trechos.
Vozes que já se calaram, mas permanecem vivas
No documentário, aparecem depoimentos de figuras históricas como Fauser Santos, Ivo de Almeida, Adelino Praeiro, Amaury Destro e outros que já se despediram, mas continuam vivos nas ondas sonoras preservadas pela memória coletiva.
Celso Machado faz parte dessa linhagem. Com seu estilo vibrante e humano, ajudou a consolidar o rádio mato-grossense como espaço de pertencimento, paixão esportiva e identidade popular.
O legado
Mais do que um repórter esportivo, Celso Machado foi um cronista oral da vida cuiabana. Com microfone na mão, atravessou gerações narrando gols, colhendo declarações e transformando cada transmissão em documento histórico.
Sua morte marca o fim de um ciclo, mas sua voz permanece gravada na memória de colegas, ouvintes e familiares.
O “Garimpeiro da Notícia” agora se cala, mas a sua marca ecoa para sempre na história do rádio em Mato Grosso.





VEJA O DOCUMENTÁRIO A VEZ E A VOZ DO OESTE