Levantamento da consultoria Palver mostra que os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem prevalecido nos conteúdos que circulam em grupos abertos de aplicativos de mensageria, como WhatApp e Telegram, em comparação aos que defendem a condenação do réu pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em ação penal de um plano de golpe.

De acordo com o monitoramento, cerca de 2 mil mensagens a cada 100 mil conteúdos detectados tratam do julgamento iniciado nesta terça-feira (2) pela Primeira Turma do STF - o triplo do que a Palver costuma observar em relação ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo.

Em nove a cada dez conteúdos desse tipo há menção direta a Bolsonaro, ante três a cada dez que tratam especificamente do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação no Supremo.

De acordo com o co-fundador da Palver, Luiz Fakhouri, "aproximadamente 60% das mensagens estão alinhadas ao discurso contrário à prisão, reforçando expressões como 'ditadura da toga', críticas diretas a Moraes e a ideia de 'perseguição política'".

Em contrapartida, cerca de 30% das mensagens assumem posição favorável à condenação e eventual prisão de Bolsonaro, tendo como argumento central a preservação da democracia por meio da punição ao ex-presidente e demais réus.

"A disputa de narrativas se dá, de um lado, em torno da vitimização, e, de outro, com a defesa da punição exemplar", explica Fakhouri.