Política

Alexandre de Moraes cobra esclarecimento sobre 'demora' de Bolsonaro na saída de hospital

Moraes pediu o esclarecimento à Polícia Penal do Distrito Federal, responsável pela escolta de Bolsonaro ao hospital DF Star

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM BBC 15/09/2025
Alexandre de Moraes cobra esclarecimento sobre 'demora' de Bolsonaro na saída de hospital
Ex-presidente demorou cerca de 6 minutos entre saída do hospital e entrada no carro; na foto, ele aparece junto ao filho Jair Renan | REUTERS

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta segunda-feira (15) esclarecimentos sobre por que o ex-presidente Jair Bolsonaro não teve "transporte imediato" após sua saída de um hospital em Brasilia no domingo (14/09).

Moraes pediu o esclarecimento à Polícia Penal do Distrito Federal, responsável pela escolta de Bolsonaro ao hospital DF Star, onde ele fez exames e a retirada de lesões na pele, após autorização do STF. Ele deu o prazo de 24 horas para a resposta.

"OFICIE-SE à Polícia Penal do Distrito Federal para que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, envie aos autos relatório circunstanciado sobre a escolta realizada, com informações do carro que transportou o custodiado, agentes que o acompanharam no quarto e o motivo de não ter sido realizado o transporte imediato logo após a liberação médica", escreveu Moraes.

De acordo com cronometragem feita pelo portal Metrópoles, foi de 5 minutos e 33 segundos o tempo em que Bolsonaro passou pela porta externa do hospital e entrou em um veículo de escolta.

Nesse intervalo, ele foi ovacionado por seus apoiadores, que gritavam palavras como "volta Bolsonaro". O ex-presidente acenou brevemente ao público presente.

Nesse período, um dos médicos que o atendeu, Claudio Birolini, deu entrevista à imprensa, enquanto Bolsonaro aguardava em pé. O ex-presidente estava acompanhado de seu filho Jair Renan, vereador em Balneário Camboriú (SC) pelo Partido Liberal (PL).

A BBC News Brasil pediu posicionamento da defesa de Bolsonaro e atualizará a reportagem em caso de resposta.

Na semana passada, Bolsonaro e mais sete réus foram condenados por crimes como golpe de Estado e organização criminosa.

O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, mas sua defesa ainda pode apresentar recursos — que, no entanto, dificilmente alterarão o resultado do julgamento, que ocorreu na Primeira Turma do STF.

Antes da condenação, a defesa de Bolsonaro havia pedido autorização para que ele fizesse o procedimento no DF Star.

Desde o início de agosto, o ex-presidente está em prisão domiciliar por decisão de Moraes, que considerou que Bolsonaro havia descumprido medidas cautelares impostas quando ainda era réu.

Segundo boletim médico do domingo, a retirada das oito lesões na pele ocorreu sem problemas, enquanto exames identificaram anemia por deficiência de ferro e sinais de uma pneumonia recente.

Ainda de acordo com o documento do hospital, Bolsonaro deu entrada às 8h da manhã de domingo e teve alta no mesmo dia.