Política

“Sou casado há mais de 50 anos”: Wellington declara guerra moral e ataca Pivetta na disputa por 2026

Em declaração pública ocorrida na quinta feira, 23, Wellington exaltou seu histórico familiar e se autoproclamou guardião dos valores conservadores:

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA 23/10/2025
“Sou casado há mais de 50 anos”: Wellington declara guerra moral e ataca Pivetta na disputa por 2026
A fala, carregada de subtexto político, é um recado direto a Pivetta | Divulgação

A eleição para o governo de Mato Grosso em 2026 começou oficialmente antes do previsto. E o primeiro ataque veio do senador Wellington Fagundes (PL), que decidiu colocar vida pessoal na pauta política ao mirar diretamente o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos).

Em declaração pública ocorrida na quinta feira, 23, Wellington exaltou seu histórico familiar e se autoproclamou guardião dos valores conservadores:

“Sempre fui conservador. Sou casado há mais de 50 anos com a mesma mulher. Minha marca é a fidelidade, o compromisso com a família.”

A fala, carregada de subtexto político, é um recado direto a Pivetta, que é divorciado e já esteve envolvido em episódio de acusação de violência doméstica, do qual foi inocentado pela Justiça. Ainda assim, o caso segue sendo tema sensível e continuamente lembrado por adversários.

Wellington assume a ofensiva justamente onde acredita ter vantagem: os costumes. Ele quer se colocar como o verdadeiro representante do bolsonarismo em Mato Grosso, território onde o discurso conservador é majoritário e decisivo em eleição.

Além disso, o senador demonstrou irritação com as tentativas do grupo de Mauro Mendes de aproximar Pivetta do PL, inclusive com sugestões de filiação:

“Eles ficam batendo na porta do PL. Enquanto fazem isso, eu converso com o cidadão e visito as bases.”

O recado, mais uma vez, tem endereço certo: o PL tem dono e Wellington quer impedir que Pivetta se aproxime demais de Jair Bolsonaro sem antes passar pelo seu crivo.

No fundo, a fala inaugura não apenas a campanha, mas o posicionamento estratégico de cada lado. Enquanto Pivetta pretende defender credenciais técnicas, obras e resultados de governo, Wellington puxa a disputa para o campo moral, onde se sente mais confortável e competitivo.

O senador sabe que convencer Bolsonaro a apoiá-lo é essencial — e tenta vincular o ex-presidente diretamente ao julgamento de caráter, não apenas ao cálculo político. “Para ser candidato, tem que ter apoio popular”, provocou, indicando que o apoio de Bolsonaro deve refletir a vontade da base conservadora.

Com essa declaração, Wellington chutou a porta da sucessão. Trouxe o debate para os holofotes, elevou o tom antes de qualquer movimento de Pivetta e marcou território no eleitorado que decide eleições no Estado.

A guerra está declarada. E ela começou pela vida pessoal, pela imagem pública e pelo discurso da família. Se Pivetta responder, o confronto tende a escalar.
Se não responder, Wellington continuará martelando onde acredita que o vice-governador é mais vulnerável. O jogo político rumo a 2026 começou.
E começou com ataque direto: “Sou casado há mais de 50 anos”.