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Após quase seis meses de prisão, Ronaldinho Gaúcho e o irmão Roberto de Assis foram soltos por determinação da Justiça Paraguaia.
Os dois passaram por uma audiência na tarde desta segunda-feira (24), comandada pelo juiz Gustavo Amarilla no Palácio da Justiça, em Assunção. De acordo com o juíz, a volta ao país "depende das requisições legais nesse tempo de pandemia".
O magistrado decidiu pela suspensão condicional do procedimento. Na prática, os brasileiros, além de pagarem a indenização em dinheiro, terão que cumprir alguns procedimentos estabelecidos no acordo firmado entre Ministério Público Paraguaio e a Defesa, como informar endereço fixo no Rio de Janeiro e telefone atualizado com aplicativo para manter contato.
Ambos devem pagar uma quantia total de US$ 200 mil para a justiça paraguaia por danos sociais. O valor será descontado do montante caução de US$1.6 milhão depositado anteriormente numa conta no Banco Nacional de Fomento e que servia como garantia de que não deixariam o Paraguai. A diferença de US$1.4 milhão será devolvida aos brasileiros.
Roberto teve suspensão da condenação de dois anos, período em que deve comparecer a cada quatro meses diante de um juiz brasileiro a ser sorteado para a Cooperação Internacional entre Brasil e Paraguai.
Ele deverá pagar US$110 mil à justiça paraguaia, valor que será destinado para combate à pandemia do novo Coronavírus.
Para Ronadlinho, basta pagar o valor de US$ 90 mil – US$ 60 mil serão destinados à compra de equipamentos e suprimentos para a Faculdade de Medicina da Universidade de Assunção e US$ 30 mil para a campanha “Somos Todos Bianca”, de apoio a menina que sofre de Atrofia Muscular Espinhal tipo 1 (AME).
No caso do ex-jogador, suspensão condicional do processo foi feita em cima de uma condenação de um ano. Diferente de Assis, pelo acordo, Rodaldinho não tem a obrigação de comparecimento a autoridades judiciais brasileiras periodicamente e está livre para viajar, inclusive. Apenas no caso de se mudar de residência fixa ou de número de celular, precisa comunicar as autoridades paraguaias.
Os irmãos estão livres para retornar ao Brasil. Eles têm o Rio de Janeiro como provável destino e podem chegar ao país nesta terça-feira (25).
O caso
Ronaldo e Assis foram presos no dia 4 de março por uso de passaporte paraguaio falso, de acordo com a Justiça do país.
As investigações indicam que eles poderiam estar envolvidos em um grande esquema ilegal paraguaio de documentos. O julgamento previa até cinco anos de prisão
A prisão foi expedida para evitar uma possível fuga e, assim, não atrapalhar as investigações. O juiz havia sido substituído na última semana, porque contraiu Covid-19, mas já se recuperou.
Após mais de um mês em prisão de segurança máxima, o ex-jogador do Barcelona e o irmão cumpriram parte da sentença em prisão domiciliar. O local escolhido pela dupla foi um hotel de luxo na capital do Paraguai.