Esportes

Jogadores do Irã optam por não cantar hino em estreia na Copa

A televisão estatal iraniana, durante sua transmissão ao vivo, censurou as imagens dos atletas se alinhando antes da partida

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 21/11/2022
Os jogadores da seleção do Irã optaram por não cantar o hino nacional na primeira partida da seleção na Copa do Mundo contra a Inglaterra nesta segunda-feira (21), em uma aparente demonstração de apoio aos manifestantes em casa. Os jogadores ficaram em silêncio enquanto o hino era tocado no Estádio Internacional Khalifa, onde torcedores iranianos reunidos nas arquibancadas gritavam enquanto a música tocava. Alguns foram vistos fazendo gestos de polegar para baixo.
Mais de dois meses de protestos no Irã, desencadeados pela morte de uma jovem sob custódia da polícia moral, são um dos desafios mais ousados ​​aos líderes clericais do Irã desde a Revolução Islâmica de 1979. A televisão estatal iraniana, durante sua transmissão ao vivo, censurou as imagens dos jogadores se alinhando antes da partida enquanto o hino era tocado. A equipe perdeu torcedores em casa, no entanto, com muitas pessoas acusando-os de se aliar a uma violenta repressão estatal aos manifestantes, incluindo mulheres e crianças, que buscam a queda da República Islâmica. O time de futebol, historicamente uma grande fonte de orgulho nacional, tinha sido um ponto de foco no Irã na preparação para a Copa do Mundo, com expectativa sobre se os jogadores usariam o evento decisivo do futebol como uma plataforma para mostrar solidariedade aos manifestantes. Na véspera da partida, o capitão Ehsan Hajsafi, que joga na Grécia, se tornou o primeiro integrante da seleção iraniana a se manifestar desde a Copa do Mundo sobre a situação em casa, dizendo “estamos com eles. E os apoiamos. E nós simpatizamos com eles.” As jogadoras Karim Ansarifard e Morteza Pouraliganji optaram por não responder às perguntas na sexta-feira sobre a solidariedade com as mulheres no Irã, enquanto o meio-campista Alireza Jahanbakhsh, do clube holandês Feyenoord, sugeriu que tais perguntas eram uma manobra para distrair o time.