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Biden, que manteve sanções de Trump a Cuba, exorta o Governo a ouvir os protestos: “É um apelo à liberdade”
O presidente dos Estados Unidos pede que seja respeitado o direito a manifestações pacíficas nas ruas. Gestão Díaz-Canel acusa Washington de praticar “política de asfixia econômica para provocar revoltas sociais”
O processo de degelo promovido pelo Governo Obama, do qual Biden foi vice-presidente, não trouxe consigo os esperados avanços em democratização, abertura e direitos humanos, e Trump o encerrou com uma artilharia de sanções que acabaram afetando a economia e o bem-estar da ilha. O abrandamento do embate com Havana oferece benefícios políticos muito limitados para Biden e sérios danos potenciais, dada a pressão republicana, especialmente em feudos eleitorais tão importantes como a Flórida. Marco Rubio, senador conservador por esse Estado, criticou Biden por ter feito o pronunciamento só 24 horas após o início dos protestos e alertou contra a “chantagem” de Havana para voltar ao quadro das relações da era Obama.
A subsecretária interina para Assuntos do Hemisfério Ocidental no Departamento de Estado, Julie Chung, publicou uma mensagem no domingo em sua conta no Twitter que provocou críticas dos republicanos, pois ela atribuiu os protestos aos problemas decorrentes da covid-19, sem mencionar a repressão. “Crescem os protestos pacíficos em Cuba, a população está exercendo seu direito de reunião para expressar sua preocupação com o aumento de casos e mortes por covid-19 e a escassez de medicamentos. Reconhecemos os esforços do povo cubano na organização de doações para ajudar seus compatriotas “, escreveu Chung, embora nesta segunda-feira ela também tenha expressado preocupação com os “chamados ao combate” por parte do regime.