Polícia

Fraude milionária no coração do agronegócio: funcionário desvia R$ 10 milhões do Bom Futuro e é preso

Polícia Civil aponta que o empregado usava empresas de fachada e notas frias para simular transporte de gado; dinheiro teria financiado carros de luxo e compra de terrenos

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT 13/11/2025
Fraude milionária no coração do agronegócio: funcionário desvia R$ 10 milhões do Bom Futuro e é preso
O investigado foi identificado como Welliton Dantas, que atuava na empresa há cerca de 13 anos | Divulgação/PC-MT

Um funcionário do Grupo Bom Futuro, uma das maiores potências do agronegócio brasileiro, foi preso nesta quinta-feira (13) em Cuiabá, suspeito de desviar mais de R$ 10 milhões da companhia por meio de um esquema sofisticado de notas fiscais frias.

O investigado foi identificado como Welliton Dantas, que atuava na empresa há cerca de 13 anos.

Segundo a Polícia Civil, Welliton operava um esquema de emissão de notas fiscais para empresas inexistentes, simulando supostos serviços de transporte de gado que jamais ocorreram. As notas eram pagas pela empresa, e o valor integral era desviado, sem que nenhum transporte fosse de fato executado.

Com o dinheiro desviado, aponta a investigação, o funcionário teria adquirido carros de luxo, além de terrenos e outros bens de alto valor.

A polícia ainda apura o patrimônio acumulado e a participação de eventuais terceiros.

A reportagem tenta localizar a defesa do investigado.

Em nota, o Grupo Bom Futuro confirmou que tomou conhecimento das fraudes e garantiu estar colaborando com as investigações.

A empresa afirmou que irá adotar todas as medidas judiciais e internas necessárias conforme o andamento do processo.

O conglomerado é um dos maiores do país no setor, com atuação em agricultura, pecuária, piscicultura, produção de sementes, energia renovável, serviços aeroportuários e mercado imobiliário.

A Polícia Civil segue apurando: como o esquema funcionava na rotina administrativa; se houve participação de outros funcionários ou terceiros; o montante exato desviado ao longo dos anos e a origem e destino dos bens adquiridos com o dinheiro ilícito.

O caso segue em investigação pela Delegacia Especializada de Estelionatos, que deve realizar novas diligências nos próximos dias.