Polícia

Policial penal é preso com celulares na Penitenciária Central: Um alerta para a deterioração do sistema de segurança pública

O envolvimento de servidores públicos no tráfico dentro das penitenciárias coloca em xeque a eficácia do sistema de controle e a confiança da sociedade nas instituições de segurança

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM SEJUS-MT 07/05/2025
Policial penal é preso com celulares na Penitenciária Central: Um alerta para a deterioração do sistema de segurança pública
A prisão ocorreu após uma inspeção realizada pela Polícia Penal, que encontrou os materiais ilícitos escondidos em um tambor na carceragem | Arquivo Página 12

Em um escândalo que expõe as fragilidades do sistema penitenciário de Mato Grosso, um policial penal foi preso em flagrante na quarta-feira (7) ao ser flagrado transportando celulares, carregadores e acessórios proibidos dentro da Penitenciária Central do Estado.

A prisão do servidor, que deveria ser um agente de segurança e controle, revela a profundidade da corrupção dentro das instituições responsáveis pela vigilância e pela segurança pública.

A prisão ocorreu após uma inspeção realizada pela Polícia Penal, que encontrou os materiais ilícitos escondidos em um tambor na carceragem.

As câmeras de segurança confirmaram que o policial penal, com 43 anos de idade, foi o responsável por introduzir o pacote na unidade.

Ele foi imediatamente autuado por corrupção passiva e encaminhado à Central de Flagrantes, onde seu caso foi registrado pela Polícia Civil. A investigação agora se estende à prisão preventiva, proposta pelas autoridades devido à gravidade da infração.

Este episódio, além de ser uma violação clara das responsabilidades de um servidor público, também ilustra o tamanho do problema sistêmico dentro do sistema penitenciário de Mato Grosso. A falta de fiscalização interna, que deveria ser um pilar do serviço público, permite que servidores se envolvam com o tráfico e a criminalidade, prejudicando a segurança de todos.

O fato de que um policial penal, encarregado de zelar pela ordem e disciplina, possa estar diretamente envolvido em crimes dentro de uma unidade de segurança máxima é uma falha institucional alarmante.

O impacto dessa prisão vai muito além da responsabilidade do indivíduo. Ela expõe a vulnerabilidade de um sistema que, em vez de ser uma força contra o crime, acaba sendo corrompido de dentro para fora. As autoridades precisam urgentemente rever os mecanismos de controle interno, que claramente falharam ao permitir que um servidor público cometesse um crime de tal magnitude sem ser detectado por tanto tempo.

Além disso, o caso destaca uma falta de transparência no processo de fiscalização dos servidores, onde, aparentemente, a corrupção consegue se camuflar nas brechas de um sistema que não dá conta de controlar os próprios agentes encarregados de mantê-lo.

Isso compromete a segurança das unidades prisionais e mina a confiança da sociedade nas instituições públicas, além de proporcionar recursos ilícitos para facções criminosas, que se beneficiam da fraqueza do sistema.

A prisão de um policial penal não deve ser vista como um caso isolado ou uma falha única, mas sim como um exemplo claro de como a corrupção pode se enraizar nas instituições públicas.

Para que o sistema de justiça seja eficaz e digno da confiança da população, é imprescindível que as autoridades tomem medidas rigorosas e estruturais, e que os processos de fiscalização e controle sejam fortalecidos e constantemente revistos.