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Luxo, fraude e alvarás milionários: Polícia escancara esquema no TJMT com jet ski, carrões, barras de ouro e 48 imóveis de luxo em Marília, Cuiabá e VG

Operação Sepulcro Caiado revelou a face mais obscura de um esquema milionário que sangrou os cofres do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT)

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT 30/07/2025
Luxo, fraude e alvarás milionários: Polícia escancara esquema no TJMT com jet ski, carrões, barras de ouro e 48 imóveis de luxo em Marília, Cuiabá e VG
A investigação apura um esquema de falsificação e fraude processual que teria desviado ao menos R$ 11 milhões, podendo ultrapassar R$ 21 milhões | PC-MT

A Polícia Civil deflagrou, na manhã de quarta-feira,30, uma megaoperação que resultou na prisão de 11 pessoas, entre advogados, empresários e um servidor do Judiciário, além da apreensão de bens de luxo dignos de uma novela: jet ski, lancha, barras de ouro, joias, talões de cheque, dinheiro em dólar e reais, além de carrões de alto padrão e 48 imóveis em Cuiabá.

A investigação apura um esquema de falsificação e fraude processual que teria desviado ao menos R$ 11 milhões, podendo ultrapassar R$ 21 milhões. Os criminosos ajuizavam execuções fraudulentas, simulavam o pagamento das dívidas com comprovantes falsos, e manipulavam o sistema do TJMT com a conivência de um servidor, transferindo valores da conta única do Tribunal para contas vinculadas aos processos.

Entre os veículos apreendidos estão um Jeep Renegade, Ford Ranger, GWM Haval H6, Toyota Hilux, Volvo XC40, BMW X1, VW T-Cross, Honda HR-V, Toyota Corolla, entre outros, além de uma lancha e um jet ski Yamaha amarelo.

A operação também cumpriu 160 ordens judiciais, incluindo 11 mandados de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão, 46 quebras de sigilo bancário e fiscal, e bloqueio de contas que somam mais de R$ 21,7 milhões.

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O juiz Moacir Rogério Tortato, responsável pelas decisões da operação, decretou o sequestro de fazendas, mansões e apartamentos de luxo em Cuiabá, Várzea Grande e Marília (SP).

Divulgação/PC-MT
Divulgação/PC-MT

Só o empresário João Gustavo Ricci Volpato, apontado como um dos chefes do esquema, teve sequestrado um apartamento no condomínio Brasil Beach, vários imóveis nos bairros nobres de Cuiabá, terrenos no Alphaville e veículos importados.

Já os advogados Wagner Vasconcelos de Moraes e sua esposa Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes, também alvos centrais da operação, tiveram bloqueados vários apartamentos de alto padrão em edifícios como Montreal, Vitória Régia, Pacem e Uniko 87, além de lotes no Alphaville.

O servidor Mauro Ferreira Filho, do TJMT, teve apreendidos uma lancha, jet ski, caminhonete Hilux, reboque, além de uma casa no condomínio Florais dos Lagos e terrenos no interior.

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Entre as vítimas do golpe estão empresários e pessoas físicas que sequer sabiam da existência dos processos. Em alguns casos, os valores cobrados nos falsos processos chegavam a R$ 1,8 milhão, apesar de empréstimos reais nunca terem ultrapassado R$ 100 mil. Uma das vítimas era interditada judicialmente, o que expõe ainda mais a gravidade e ousadia do esquema.

Os alvos da operação responderão por uma série de crimes: organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica e documental, uso de documento falso, peculato, patrocínio infiel e lavagem de dinheiro

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Foram presos os advogados Wagner Moraes, Melissa Moraes, Rodrigo Marinho, Themis Lessa, João Miguel da Costa Neto, Régis Poderoso de Souza, Denise Alonso, o servidor Mauro Ferreira Filho, e os empresários João Gustavo Ricci Volpato, Luiza Rios Ricci Volpato e Augusto Frederico Ricci Volpato.

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