Polícia
Luxo, fraude e alvarás milionários: Polícia escancara esquema no TJMT com jet ski, carrões, barras de ouro e 48 imóveis de luxo em Marília, Cuiabá e VG
Operação Sepulcro Caiado revelou a face mais obscura de um esquema milionário que sangrou os cofres do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT)

A Polícia Civil deflagrou, na manhã de quarta-feira,30, uma megaoperação que resultou na prisão de 11 pessoas, entre advogados, empresários e um servidor do Judiciário, além da apreensão de bens de luxo dignos de uma novela: jet ski, lancha, barras de ouro, joias, talões de cheque, dinheiro em dólar e reais, além de carrões de alto padrão e 48 imóveis em Cuiabá.
A investigação apura um esquema de falsificação e fraude processual que teria desviado ao menos R$ 11 milhões, podendo ultrapassar R$ 21 milhões. Os criminosos ajuizavam execuções fraudulentas, simulavam o pagamento das dívidas com comprovantes falsos, e manipulavam o sistema do TJMT com a conivência de um servidor, transferindo valores da conta única do Tribunal para contas vinculadas aos processos.
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A operação também cumpriu 160 ordens judiciais, incluindo 11 mandados de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão, 46 quebras de sigilo bancário e fiscal, e bloqueio de contas que somam mais de R$ 21,7 milhões.

O juiz Moacir Rogério Tortato, responsável pelas decisões da operação, decretou o sequestro de fazendas, mansões e apartamentos de luxo em Cuiabá, Várzea Grande e Marília (SP).

Só o empresário João Gustavo Ricci Volpato, apontado como um dos chefes do esquema, teve sequestrado um apartamento no condomínio Brasil Beach, vários imóveis nos bairros nobres de Cuiabá, terrenos no Alphaville e veículos importados.
Já os advogados Wagner Vasconcelos de Moraes e sua esposa Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes, também alvos centrais da operação, tiveram bloqueados vários apartamentos de alto padrão em edifícios como Montreal, Vitória Régia, Pacem e Uniko 87, além de lotes no Alphaville.
O servidor Mauro Ferreira Filho, do TJMT, teve apreendidos uma lancha, jet ski, caminhonete Hilux, reboque, além de uma casa no condomínio Florais dos Lagos e terrenos no interior.


Entre as vítimas do golpe estão empresários e pessoas físicas que sequer sabiam da existência dos processos. Em alguns casos, os valores cobrados nos falsos processos chegavam a R$ 1,8 milhão, apesar de empréstimos reais nunca terem ultrapassado R$ 100 mil. Uma das vítimas era interditada judicialmente, o que expõe ainda mais a gravidade e ousadia do esquema.
Os alvos da operação responderão por uma série de crimes: organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica e documental, uso de documento falso, peculato, patrocínio infiel e lavagem de dinheiro

Foram presos os advogados Wagner Moraes, Melissa Moraes, Rodrigo Marinho, Themis Lessa, João Miguel da Costa Neto, Régis Poderoso de Souza, Denise Alonso, o servidor Mauro Ferreira Filho, e os empresários João Gustavo Ricci Volpato, Luiza Rios Ricci Volpato e Augusto Frederico Ricci Volpato.
