Polícia

PF estoura esquema e PM é preso ao tentar sacar R$ 800 mil em dinheiro vivo em MT; investigação revela R$ 66 milhões em movimentações suspeitas

Polícia Federal bloqueia até R$ 11,3 milhões e aponta que policial usava laranjas, saques milionários e ocultação de patrimônio

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PF-MT 21/11/2025
PF estoura esquema e PM é preso ao tentar sacar R$ 800 mil em dinheiro vivo em MT; investigação revela R$ 66 milhões em movimentações suspeitas
As investigações indicam que o PM utilizava contas próprias e de terceiros — possíveis laranjas — para fazer circular grandes quantias | PF-MT

A Polícia Federal prendeu ontem (quarta-feira, 19) o policial militar Marcel Castor de Abreu, flagrado dentro de uma agência bancária em Rondonópolis (218 km de Cuiabá) no exato momento em que tentava sacar R$ 800 mil em espécie. A ação integra uma investigação que aponta um esquema milionário de lavagem de dinheiro envolvendo o servidor.

Segundo a PF, a apuração teve início neste mês após o setor de inteligência rastrear movimentações bancárias absolutamente incompatíveis com a renda declarada pelo policial. Ao aprofundar as diligências, os agentes descobriram que Marcel movimentou mais de R$ 66 milhões nos últimos anos, cifra considerada inexplicável para um servidor público.

As investigações indicam que o PM utilizava contas próprias e de terceiros — possíveis laranjas — para fazer circular grandes quantias, além de realizar saques anuais milionários em dinheiro vivo. A tática, segundo a PF, tinha como objetivo ocultar a origem dos recursos, dificultar o rastreamento fiscal e reinserir o dinheiro na economia com aparência de legalidade.

O saque de R$ 800 mil, flagrado no momento da prisão, seria mais um passo desse suposto esquema de ocultação temporária de valores.

Com base nos indícios, a 2ª Vara Criminal de Rondonópolis determinou o bloqueio de até R$ 11,3 milhões em contas vinculadas ao policial.

Se as suspeitas forem confirmadas, Marcel poderá responder por lavagem de dinheiro, além de outros crimes eventualmente identificados no decorrer das investigações.

A PF segue cumprindo diligências e o caso permanece em investigação.