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Saiba quais serão os desafios do próximo papa da Igreja Católica

Francisco deixa legado de reformas; entenda as demandas que o novo pontífice deve enfrentar

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT 22/04/2025
Saiba quais serão os desafios do próximo papa da Igreja Católica
O pontificado do papa Francisco marcou uma transformação significativa na Igreja Católica, pautada pela abertura ao diálogo, reformas e ênfase em questões sociais | Franco Origlia/Getty Images

pontificado do papa Francisco marcou uma transformação significativa na Igreja Católica, pautada pela abertura ao diálogo, reformas e ênfase em questões sociais.

O professor, historiador e teólogo Gerson Leite de Moraes explica à CNN que Francisco adotou uma postura mais progressista para elevar a importância da Igreja no século XXI.

Contudo, com sua eventual sucessão, o novo papa enfrentará desafios complexos, tanto no âmbito espiritual quanto político e social.

Entenda melhor as demandas do pontífice

Desde sua eleição em 2013, Francisco fez importantes pronunciamentos e exerceu influência em questões globais, defendendo frequentemente a paz, a justiça e os direitos humanos.

O teólogo Gerson Leite de Moraes lembra que Francisco começou a carreira como clérigo na Argentina com uma postura mais conservadora e conforme foi ganhando postos dentro da Igreja adotou um perfil progressista.

“Ao chegar à condição de papa, Francisco adotou uma postura muito mais aberta, muito mais progressista, dialogando com setores conservadores da instituição e tentando colocar a Igreja Católica como um player relevante no século XXI”, afirma o professor.

“Isso significa discutir questões de sexualidade, concentração de riqueza, questões ambientais, mudanças climáticas, que são temas extremamente relevantes”, ele acrescenta.

papa Francisco se destacou por um estilo acolhedor, buscando responder às demandas do século XXI. Contudo, as posturas progressistas em temas como mudanças climáticas, desigualdade social e acolhimento de migrantes geraram tanto aplausos, quanto resistência dentro da própria Igreja.

O professor explica que Francisco também promoveu uma renovação significativa no Colégio de Cardeais, nomeando religiosos de regiões periféricas e com perfil pastoral alinhado ao seu pensamento.

“Essa escolha representa uma tentativa de ampliar a representatividade da Igreja, mas também pode influenciar diretamente a eleição de seu sucessor”, acrescenta.

O próximo papa deverá lidar com a expectativa de dar continuidade ao legado de Francisco ou promover uma ruptura em direção a um perfil mais conservador.

Moraes ainda explica que a polarização interna entre grupos progressistas e conservadores coloca o conclave em um dilema: optar por um papa que mantenha a linha de Francisco ou escolher um líder mais voltado para a ortodoxia doutrinária.

Além disso, a origem geográfica do novo papa também pode ser uma decisão estratégica. Ele afirma que por um lado a escolha de Francisco, um papa latino-americano, fortaleceu a representatividade global da Igreja.

Um retorno a um papa europeu poderia sinalizar um fortalecimento político e espiritual do continente, especialmente, em meio às tensões geopolíticas recentes.