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Saiba quais serão os desafios do próximo papa da Igreja Católica
Francisco deixa legado de reformas; entenda as demandas que o novo pontífice deve enfrentar

O pontificado do papa Francisco marcou uma transformação significativa na Igreja Católica, pautada pela abertura ao diálogo, reformas e ênfase em questões sociais.
O professor, historiador e teólogo Gerson Leite de Moraes explica à CNN que Francisco adotou uma postura mais progressista para elevar a importância da Igreja no século XXI.
Contudo, com sua eventual sucessão, o novo papa enfrentará desafios complexos, tanto no âmbito espiritual quanto político e social.
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Desde sua eleição em 2013, Francisco fez importantes pronunciamentos e exerceu influência em questões globais, defendendo frequentemente a paz, a justiça e os direitos humanos.
O teólogo Gerson Leite de Moraes lembra que Francisco começou a carreira como clérigo na Argentina com uma postura mais conservadora e conforme foi ganhando postos dentro da Igreja adotou um perfil progressista.
“Ao chegar à condição de papa, Francisco adotou uma postura muito mais aberta, muito mais progressista, dialogando com setores conservadores da instituição e tentando colocar a Igreja Católica como um player relevante no século XXI”, afirma o professor.
“Isso significa discutir questões de sexualidade, concentração de riqueza, questões ambientais, mudanças climáticas, que são temas extremamente relevantes”, ele acrescenta.
O papa Francisco se destacou por um estilo acolhedor, buscando responder às demandas do século XXI. Contudo, as posturas progressistas em temas como mudanças climáticas, desigualdade social e acolhimento de migrantes geraram tanto aplausos, quanto resistência dentro da própria Igreja.
O professor explica que Francisco também promoveu uma renovação significativa no Colégio de Cardeais, nomeando religiosos de regiões periféricas e com perfil pastoral alinhado ao seu pensamento.
“Essa escolha representa uma tentativa de ampliar a representatividade da Igreja, mas também pode influenciar diretamente a eleição de seu sucessor”, acrescenta.
O próximo papa deverá lidar com a expectativa de dar continuidade ao legado de Francisco ou promover uma ruptura em direção a um perfil mais conservador.
Moraes ainda explica que a polarização interna entre grupos progressistas e conservadores coloca o conclave em um dilema: optar por um papa que mantenha a linha de Francisco ou escolher um líder mais voltado para a ortodoxia doutrinária.
Além disso, a origem geográfica do novo papa também pode ser uma decisão estratégica. Ele afirma que por um lado a escolha de Francisco, um papa latino-americano, fortaleceu a representatividade global da Igreja.
Um retorno a um papa europeu poderia sinalizar um fortalecimento político e espiritual do continente, especialmente, em meio às tensões geopolíticas recentes.