Esportes
Agência Mundial Antidoping exclui a Rússia das competições internacionais durante quatro anos
A Agência Mundial Antidoping (AMA) excluiu a Rússia de todas as competições internacionais durante quatro anos devido à falsificação dos dados dos controles entregues à entidade, declarou um porta-voz depois de uma reunião do comitê executivo da entidade nesta segunda-feira em Lausanne, na suíça. A decisão foi tomada por unanimidade pelos 12 membros do comitê executivo.
A sanção afeta os próximos Jogos Olímpicos - os do verão em Tóquio-2020 e os de inverno em Pequim-2022 –, e também a Copa do Mundo de futebol de 2022, no Qatar. Porém, os atletas que provarem sua inocência poderão competir sob bandeira neutra. Isto já ocorreu, por exemplo, com os atletasSergey Shubenkov e Maria Kuchina, campeões do mundo nos 110 metros com barreiras e salto de altura, respectivamente, que foram autorizados a disputar o Mundial de Londres 2017 sob bandeira neutra.
"Os esportistas russos, se quiserem participar dos Jogos Olímpicos ou Paralímpicos, ou em qualquer outro evento importante, deverão demonstrar que não estão implicados nos programas de doping descritos nos Relatório McLaren, ou que suas amostras não foram falsificadas", detalhou o porta-voz a instituição, James Fitzgerald.
A Agência Antidoping da Rússia (Rusada), o Comitê Olímpico Russo (ROC) ou qualquer federação nacional afetada tem 21 dias para recorrer da decisão da AMA perante o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Nesse caso, as sanções não seriam aplicáveis enquanto não foremconfirmadas pelo TAS.
A sanção da AMA implica, além disso, que durante quatro anos a Rússia não poderá ser escolhida como sede de competições importantes, como Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais.
A decisão é consequência da falsificação dos dados nos controles antidoping enviados à AMA no começo deste ano. A entrega por parte da Rússia de milhares de dados brutos de controles, armazenados nos servidores do antigo laboratório de Moscou, sob a vigilância do Comitê de Investigação da Rússia, era efetivamente uma condição rigorosa imposta pela AMA para revogar, no final de 2018, a suspensão anterior imposta à Rusada.
A entidade mundial de controle antidoping esperava assim revelar controle positivos que não tiveram consequências, abrir processos disciplinadores contra atletas e encerrar o caso de uma vez por todas. Mas os especialistas em informática enviados pela AMA descobriram que "centenas" de resultados suspeitos haviam sido apagados, alguns entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, logo antes da entrega dos dados.