Polícia

Líder religioso e ex-braço direito de Emanuel Pinheiro é acusado de integrar quadrilha que saqueou R$ 20 milhões e é afastado do TJMT

A determinação partiu do presidente do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira, na quarta-feira (13), e elevou para quatro o número de servidores afastados em razão das investigações

DA REPORTAGEM 14/08/2025
Líder religioso e ex-braço direito de Emanuel Pinheiro é acusado de integrar quadrilha que saqueou R$ 20 milhões e é afastado do TJMT
A determinação partiu do presidente do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira, na quarta-feira (13), e elevou para quatro o número de servidores afastados em razão das investigações. | Arquivo Página 12

O escândalo da Operação Sepulcro Caiado atinge agora um nome de peso na política e no meio religioso de Mato Grosso. Luís Claudio, ex-vereador de Cuiabá, ex-líder do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na Câmara Municipal e figura de destaque no grupo católico Vinde e Vede, foi afastado de suas funções no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) por suspeita de participação em um esquema que desviou mais de R$ 20 milhões da conta única do Judiciário.

A determinação partiu do presidente do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira, na quarta-feira (13), e elevou para quatro o número de servidores afastados em razão das investigações.

As apurações apontam que Luís Claudio tinha ligação direta com o empresário João Gustavo Ricci Volpato, considerado o chefe da organização criminosa. Os dois trabalharam juntos na Prefeitura de Cuiabá, durante a gestão de Emanuel Pinheiro, quando Luís Claudio exercia papel de liderança política e influência estratégica.

Servidores afastados

Além de Luís Claudio, também foram afastados:

Mauro Ferreira Filho – apontado como o principal operador do desvio;

Eva da Guia Magalhães;

Cláudia Regina Dias de Amorim Del Barco Correa.

No relatório enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o delegado Pablo Carneiro, da Delegacia de Estelionato, recomendou a abertura de novo inquérito para aprofundar a investigação sobre Eva e Cláudia Regina, que não foram indiciadas nesta fase.

A Polícia Civil indiciou Mauro Ferreira Filho e João Gustavo Ricci Volpato, além de outros nove suspeitos, por organização criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos.

A operação cumpriu mais de 160 ordens judiciais, incluindo: 11 prisões preventivas entre elas da professora aposentada de História da UFMT, Luiza Volpato, 22 buscas e apreensões, 16 bloqueios judiciais que totalizam R$ 21,7 milhõeS, 46 quebras de sigilo bancário e fiscal e sequestro de 18 veículos e 48 imóveis

O envolvimento de um líder religioso de destaque, acostumado a discursar para milhares de fiéis, e ex-homem de confiança de Emanuel Pinheiro em um esquema milionário de corrupção, acende um alerta sobre como poder político, influência religiosa e crime organizado podem se entrelaçar nos bastidores.

O caso agora é acompanhado de perto pelo STJ e promete novos desdobramentos que podem abalar ainda mais a imagem do Judiciário mato-grossense e da elite política e religiosa de Cuiabá.